quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"A última que há de ser aniquilada..."

Sentada em sua poltrona tricotando... O crepúsculo estava chegando... Mas, de repente, tudo foi ficando claro... Não o clarão comum dos últimos raios de sol entrando pela janela... Mas um clarão frio... De repente sentiu um calafrio... As dores da velhice já não estavam doendo como antes e em pouco tempo não mais doeriam...

Ela sentia o que era... Já estava esperando pela levadora de almas encapuzada e negra... Para alguns, um tormento... Mas para ela, a morte era um descanso... A curiosidade: O que viria depois?... Ela não sabia, mas concerteza, algo melhor... Dizem que quando se morre a vida toda lhe passa pelos olhos... Só há um jeito de saber... morrendo... E foi assim com a velha... Tudo passou tão rápido... as tristezas... alegrias... Reviu todos, viu até os amigos que a tempo já não via...

De repente se encheu de alegria... Viu outra vez aqueles olhos que em sonho vez ou outra, via... Lembrou do primeiro beijo... Do seu primeiro amor... Do primeiro que a deixou, mas do último que na vida se esqueceria... Em pouco tempo esse flash back acabaria... Por mais que se esperneie, ou se condene os deuses, quando chega a nossa hora agente tem que aceitar...

Suas pálpebras já estavam pesando...
E fechando...
Ela sentiu o gosto daquele beijo...
E em último relance...
Vislumbrou aqueles lindos olhos verdes...


Vanêssa Aulette

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