quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

No desenrolar da noite...

Ouço mais uma vez o barulho do silêncio...
A noite é tão bela...
Os pássaros dormem, as pessoas dormem, a cidade dorme...
A cidade dorme...
Tranquilidade... é tão bom... sossego... estar só, pelo menos se sentir só... enquanto estão todos apagados...
O silêncio não tem preço... não há som mais reconfortante que o silêncio... diferente do dia... onde tudo é motivo para falatório... só de pensar já me perturbo!... melhor continuar contemplando o silêncio enquanto posso...
A noite é mágica...
A brisa do sereno entrando pela varanda...
Enquanto você conta as estrelas... e espera ansioso por uma cadente...
E vê pela janela do vizinho luzes mudando de cor... provavelmente a TV ligada de algum sonâmbulo que pegou no sono...
Você olha no horizonte e vê casas e mais casas... telhados e mais telhados...
Tudo num silêncio... num silêncio confortante...
Às vezes eu me pergunto se eu quero mesmo dormir... e perder de ver a noite passar...
Talvez não valha apena... eu estou sem sono mesmo...
O céu começa a ficar acinzentado...
Ouço o galo cantando longe... agora é que desisto das tentativas de adormecer...
Já que estou acordada mesmo... não posso perder de ver o sol nascer...
De cinza o céu passa a branco... de branco aos poucos vai alaranjando no horizonte...
Aos poucos ele vai subindo... majestoso... cálido...
Não posso perder esse momento! Em pouco já não conseguirei deslumbrar essa bola de fogo olho no olho!...
A cidade vai acordando aos poucos...
A TV vizinha já desligada...
Pessoas passam com outras pessoas prontas para caminhar...
De repente eu reparo no céu... um jogo de cores... violeta... amarelo... laranja... azul... magnífico...
O sol... o sol vai subindo... ao ponto de não se poder mais diretamente olhar...
A cidade vai acordando aos poucos...
Nem sei se durmo agora... talvez eu durma... talvez eu consiga continuar só no meu mundo...enquanto as pessoas acordam...
Sinto uma pontada de orgulho... privilégio... de ter presenciado o que os outros não presenciaram... de ter visto a noite passar tão rápida enquanto me hipnotizava no seu ceú estrelado e noutros mistérios... que só entende quem presencia... como uma sonâmbula como eu...



Vanêssa Aulette

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"A última que há de ser aniquilada..."

Sentada em sua poltrona tricotando... O crepúsculo estava chegando... Mas, de repente, tudo foi ficando claro... Não o clarão comum dos últimos raios de sol entrando pela janela... Mas um clarão frio... De repente sentiu um calafrio... As dores da velhice já não estavam doendo como antes e em pouco tempo não mais doeriam...

Ela sentia o que era... Já estava esperando pela levadora de almas encapuzada e negra... Para alguns, um tormento... Mas para ela, a morte era um descanso... A curiosidade: O que viria depois?... Ela não sabia, mas concerteza, algo melhor... Dizem que quando se morre a vida toda lhe passa pelos olhos... Só há um jeito de saber... morrendo... E foi assim com a velha... Tudo passou tão rápido... as tristezas... alegrias... Reviu todos, viu até os amigos que a tempo já não via...

De repente se encheu de alegria... Viu outra vez aqueles olhos que em sonho vez ou outra, via... Lembrou do primeiro beijo... Do seu primeiro amor... Do primeiro que a deixou, mas do último que na vida se esqueceria... Em pouco tempo esse flash back acabaria... Por mais que se esperneie, ou se condene os deuses, quando chega a nossa hora agente tem que aceitar...

Suas pálpebras já estavam pesando...
E fechando...
Ela sentiu o gosto daquele beijo...
E em último relance...
Vislumbrou aqueles lindos olhos verdes...


Vanêssa Aulette

Estrela guia

Como eu queria nomear com teu nome uma estrela,
A estrela mais bonita,
Mais brilhosa,
Que me fizesse descer ao mar todas as noites,
Para apreciá-la, vê-lá,
Aparecerias nas noites mais escuras,
Iluminarias os meus passos no negrume que me abrangia,
E de tanto te ver e apreciar sua formosura,
(Eu, como a criança curiosa que sou),
Edificaria a escada mais alta e te tocaria,
Sentiria de onde vem essa luz,
Esse calor que me consolaria,
Ah, se tu fosses umas estrela...
Tu serias a minha estrela guia!

Bem-te-vi

No alto do pinheiro avistei um bem-te-vi,
Era lindo como o sol,
Mas solitário como a lua,
Entoava um canto triste,
Por uma bem-te-vi que não quis ser sua...
Que voou ingrata pelo mundo,
Levando consigo o canto mais alegre da ave,
O canto de amor mais profundo,
Que tornava as manhãs mais suaves...
A ave partilhou comigo a mesma sensação de um coração partido,
E me deixou invadir pela melancolia que ela entoa,
Também por causa de um ingrato,
Que se difere porque não voa...

Distância

E no meio da noite os olhos eu abri,
Enquanto deslumbrava a luz da lua pela janela,
Comparada com sua beleza em formosura,
Saudades senti, pensei nela...
Cujos olhos cálidos a muito tempo não via,
Cuja distância me privava de tocar sua face bela,
De sentir sua pele macia,
De fazer-lhe serenata à capela...
Oh como desejei ver uma estrela cadente,
E ter a esperança de ter atendido meu desejo mais profundo,
Se eu não pudesse mais amá-la nessa vida,
De que me adiantaria continuar a viver nesse mundo?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Poema 1 ( tdos numerados são com participação de Rennan, meu grande amigo...)

Não consigo esquecê-la
Por mais que o tempo insista em passar
Nela estou a pensar
Na esperança de um dia revê-la
Eu me contorço sem esquecê-la
E continuo cada dia que passa sofrendo mais ainda
Sem que eu tenha a companhia da minha linda
Sem ter a felicidade plena de tê-la
Eu me contento a imaginar em tê-la
Nem que seja por um último momento
Eu quero tê-la sem ser só no pensamento
Eu quero mesmo que por um último momento
Desfrutar com ela o brilho das estrelas...