Um romântico incorrigível.
Humilhações, elogios, juras de amor eterno. É tudo o que sai da caneta quando se está recostado na cama sob a luz do luar degustando um chocolate. É doce.
Todo você é doce quando ama.
Os apelidos carinhosos, as piadas internas, os planos mais mirabolantes e até mesmo os mais simples como viajarem juntos de ônibus à noite pela cidade pelo simples prazer de sentir o calor e a calma que o outro lhe traz.
É nauseante ver as juras dos outros. É vendo as sensações alheias que você reconhece as próprias sensações. Em se tratando de você, nenhuma demonstração de afeto é boba o bastante, pelo simples fato de o amor ser seu.
Somos romanticamente hipócritas.
Somos como passarinhos brincando nas poças d´água. Quando roubamos um beijo somos como as pombas que bicam sorrateiras os farelos. Quando vemos o outro somos como cães que abanam o rabo ao verem seus donos. Quando escrevemos uma carta somos simplesmente apaixonados incorrigíveis.
Guardo pedaços teus não por medo de que o tempo e a distância possam apagar tuas lembranças, mas por querer sentir tudo de novo. Reconstituir a cena do crime. Como se os mesmos gestos, o abrir da carta, a mesma calçada, as horas do dia e as palavras na retina pudessem viver tudo novamente. Relembrar não é a palavra certa, porque é como se já estivesse esquecido.
Eu não quero te relembrar, eu quero te reviver.
Porque não precisei perder para saber o quanto era valioso, mas precisei perder para saber o quanto era necessário.
PS.: Eu ainda sou tua vermelhinha.
Vanêssa Aulette