segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lembranças


Impressiono-me com a imprevisibilidade do tempo
Ao olhar para trás e ver o quanto tudo era tão diferente
Simplesmente costumávamos andar de mãos dadas contra o vento
Enquanto trocávamos palavras de afeto a todo momento
Quando sentados sob a luz do luar
Costumávamos fazer planos futuros
Enquanto meus olhos buscavam e fugiam do teu olhar
E vislumbrava-mos as estrelas que se destacavam no escuro
Conseguia te ver em todo lugar
Ao longo do dia via muitos de você passarem
À noite fechava os olhos para sonhar contigo
Sentia nas mãos teu belo rosto, sentia alívio
Pois o medo que eu tinha de perder-te chegava sorrateiro nos solitários momentos
Pois em ti encontrava refúgio, abrigo
Hoje olho para o caminho pelo qual tivemos que seguir
Sinto um aperto no coração quando lembro que você não estará mais ali
Me esperando para segurar minhas mãos
Me olhar nos olhos e me fazer sorrir...
Pois o destino, com tamanha vilania,
Te levou assim como você veio,
Mas deixou lembranças de uma vida
Que para sempre serão lembradas, jamais esquecidas...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A canção


Chegada a hora tão esperada
Seguro com força suas mãos suadas
Como quem procura um chão,
E ao mesmo tempo serve de morada, inspiração.
Te sinto ofegar de leve a respiração
Medir as palavras em matéria de efeito
Como que expulsando mentalmente os defeitos
A fim de tornar o pedido uma canção
E apesar de ser, para quem o ouve,
Tão claro quanto um lago no verão,
Dissimulo em minha mente uma confusão
Tão somente para a canção ouvir novamente
E recordar sua voz mesmo após teu partir
Por isso com ânimo tu ouves minha confirmação
Tendo a lua a sorrir, maravilhada
De ter se consumado toda a inquietação
Sendo testemunha, o cintilante astro,
Do toque, do abraço, do beijo, da canção...

Já não sou como outrora

Outrora me encontrei em tormentos por tua causa. Me vias e viravas o rosto, me olhavas com desprezo tal que de angústia me escondia na mais profunda cova da inércia e me deixava levar pela tristeza que em mim invadia.
Ainda assim pensava em você.
De longe, avistava uma luz fraca que, devagar, diariamente vinha e me abrasava de tamanho reconhecimento pela sua extrema vilania. A prova do choro já não me delatava mais.
E eu de vez em quando lembrava de você.
Algo novo preencheu o vazio, o orgulho que me roubastes voltara mais forte do que nunca. O rubor da saúde já era convidado principal das minhas conversas diárias... eu dei lugar ao sorriso.
E já não tinha mais lugar para você!


Vanêssa Aulette