sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Amigos de Longa Data.

Por mais que haja o conhecimento mútuo e o desejo de fazer durar, os laços se afrouxam, as ligações se tornam mais raras e espaçadas. Quando vocês se reverem e olharem fundo nos olhos, nenhuma palavra precisará ser dita pra entender o momento. Vocês estarão felizes porque uma parte de você, aquela pessoa do passado, reconhece a amizade, as confidências, a música de percussão improvisada cantada num dia de chuva. A parte de outrora reconhece que um dia vocês disseram um pro outro que seria para sempre.

Na verdade, o sentimento não morreu, só continuou vivendo sem os dois.

E aqueles olhos que um dia foram tão cúmplices se enchem do reconhecimento de que "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia".
Antes, o outro era como a casa da infância onde você conhecia os esconderijos, o local certo dos móveis, o local exato das goteiras no inverno. Hoje você se pega perdido em pensamentos buscando palavras para preencher o silêncio constrangedor que que ficou, você se agarra às lembranças vividas na espera de que o outro também se lembre e de que aquele momento mágico de nostalgia vá trazer a intimidade, o jeito fácil de conversar, as piadas prediletas. Mas nada disso volta.

Primeiro vem o sofrimento, depois a conformação.

Você conhece uma nova pessoa, é cativado por ela e, mesmo sabendo do fim das coisas, não deixa de dizer a frase costumeira:
"Vai ser pra sempre!"