sábado, 24 de abril de 2010

A mão e o piano

Já passava das 2h da manhã... ela não conseguia dormir... Sua memória insistia em repassar os fatos: uma mão e um piano. Talvez não fosse a memória insistente, mas a própria, que relembrando os doces fatos se sentia muito bem...
Mas precisava dormir, assim a noite passaria mais rápido e, com um pouco de sorte, sonharia com a mão e o piano... e poderia ver a mão outra vez, de manhã. E poderia sentir o calor da mão outra vez... e relembraria os fatos: a doce mão e o piano...
Como se a boca secasse, levantou-se e foi beber um pouco d'água. Um longo caminho até a cozinha... móveis de madeira antigos... arranjo de flores... quadros trovadorescos... e tudo lhe lembrava os fatos: a mão e o doce piano...
Na cozinha, pegou um copo verde e encheu-o d'água... por incrível que pareça isso também lhe lembrara os fatos... Se dirigindo ao quarto parou abruptamente ao olhar pela varanda... lembrara-se de algo... e isso a fazia se sentir bem...
Aproximou-se e sentou-se na cadeira de balanço para admirar o céu estrelado... relembrava os fatos: as mão sobrepostas e o piano.
O embalo da cadeira e o vislumbre das estrelas a fez figurar que a doce melodia dos doces dedos no doce piano era uma canção de ninar...

Adormeceu.



Vanêssa Aulette

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