terça-feira, 23 de novembro de 2010

A carta



Deitada na varanda sob a luz da opulenta lua cheia, me encontro com um bobo sorriso no rosto. Esse é o efeito que você me causa toda vez que releio sua carta. Ela me tira do mundo real e me transporta para o seu mundo, suas palavras, seu sentimento. Passo de leve os dedos sobre sua irregular caligrafia e rio sozinha ao ver que é SUA. Imagino tua mão segurando aquele inanimado objeto, imagino tua mão segurando a minha mão. Te imagino parando em momentos de hesitação.
Te sinto falar tudo aquilo ao meu ouvido, te sinto comigo. Nas suas despedidas imagino suas mãos cuidadosas envolvendo minha cintura mimosa em um terno abraço. Esse é o efeito das suas doces palavras. Sempre que a angustiante incerteza bate, me embriago com esse cálice de recordações e lembro-me que não luto em vão, mas por um bem maior do que qualquer ouro do mundo... VOCÊ.
Paro um segundo em meus devaneios e reparo na nossa estrela se destacando no luar. Sim, um dia teremos novamente um ao outro, "é só não deixar a luz parar de brilhar".



Vanêssa Aulette

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